Luana Galdino

registrando minha jornada

Luana Galdino
Oi, eu sou a Luana, e aqui você encontra o meu diário virtual sobre cotidiano, reflexões, aprendizados e experiências que a vida me deu. Escrevo para dividir um pouco das coisas que amo, me inspiram e que me fazem feliz. Esse blog é um lugar de respiro para quando preciso de uma pausa ♡

Sobre o quanto as mudanças são inevitáveis

Um mês sem partilhar nesse espaço me levou a uma saudade imensa desse processo de escrever e externalizar minhas experiências, vivências e sensações através da escrita. No último mês, vivi uma mudança gigantesca, de casa, de endereço, de lar, de raízes. Uma mudança que aconteceu não apenas fora, mas principalmente dentro.


Eu amo mudanças. Elas fazem parte da vida e são inevitáveis. Tudo aquilo que está parado, o universo, ou Deus, tenta encontrar um propósito para aquilo, mesmo que ruim. Imagine uma casa abandonada: ela se tornará morada de insetos, bichos, plantas, mofos e sujeira. Imagine um corpo parado, sem movimento, sem qualquer mínimo cuidado: a chance de adoecer, enfraquecer, estar sempre ficando doente, o surgimento de alguma enfermidade. Isso acontece porque o movimento é parte imutável da vida, desde um átomo, até uma partícula de poeira, desde as estações e o nosso próprio sistema solar. Através das mudanças e do movimento que damos um propósito as coisas.

Essa mudança me marcou. Tanto de forma positiva quanto negativa. Mudar de casa, de lar, de endereço, é sempre um recomeço, uma renovação e um processo de limpeza muito intenso. Vem o desapego. Ver metade da sua vida material dentro de caixas de papelão. Deixar a minha criança interior feliz enquanto a Luana adulta precisa lidar com uma infinidade de burocracia, prazos & demandas. Mas cada coisinha tem o seu contraste: mudanças são estressantes e nos tiram do eixo. Isso é fato.

Enquanto elas nos ajudam a florescer em um novo ambiente, elas também nos fazem amadurecer através dos desafios, dos conflitos, das angústias & incertezas do processo.

Agora entrando no lado mais científico da coisa, por assim dizer, mudar é assustador para o seu cérebro, essa coisinha dentro da sua cabeça teme mudanças exatamente da mesma forma que temeria um leão pronto para te atacar bem na sua frente. Nosso cérebro evolução para focar na única coisa importante para ele: garantir a sua sobrevivência.

Então mesmo que seja uma mudança para melhor: um novo cargo, um novo emprego, um novo país, um filho recém-chegado, uma nova rotina, um novo curso, vai continuar sendo assustador para a sua mente, porque mudanças geram um espaço que o nosso cérebro nunca viu antes. Apesar do medo estar presente, da insegurança bater ponto, da incerteza no banco do carona, são as mudanças que te fazem evoluir como ser humano.

Sem mudanças, ficamos páramos, e se não estamos nos movimentando, a vida perde o sentido, perde o propósito e quem sabe até o entusiasmo. É quando damos um passo de coragem, de fé e confiança, seja em nós ou no Universo, que vamos nos redescobrindo, acessando novas camadas internas que precisam de cuidado e atenção, que vamos experienciado a vida em sua totalidade, que construímos o nosso próprio caminho.

Uma das minhas potencialidades que tento agarrar com todas as minhas forças, é a criatividade, e ser criativa exige movimento, exige abertura para conhecer o novo, seja em um filme, em um livro, em uma viagem, em um encontro, em uma conversa, em um artigo. E mesmo que eu ame me deparar com o novo, tem uma resistência dentro mim que me faz querer fazer o novo com bastante calma, cautela & proteção, como se tivesse um perigo ali me espreitando contra a minha vontade.

A mudança é mágica. Às vezes terminar um relacionamento pode mudar a sua vida para sempre. Às vezes começar em um novo emprego após uma demissão pode ser a oportunidade de transformar sua realidade. Às vezes dizer sim a encontro pode desencadear um capítulo lindo da sua história. Honre as mudanças que estão acontecendo, mesmo que as pequenas. Foi cada pequena mudança que você já viveu até hoje que te permitiu ler esse texto, nesse exato instante.

Olhando para trás, há um ano, eu nem imaginaria que um ano depois, eu estaria vivendo um capítulo tão diferente da minha história, muito menos fazendo o que eu estou fazendo agora, muito menos desfrutando de uma casa tão agradável, apaixonante e leve. Pensar no que eu posso estar vivendo daqui a 1 ano, 2 anos, 5 anos, 10 anos, me enche de entusiasmo, e não de medo, me transborda de otimismo, e não de angústia. Talvez seja verdade que mudar é perigoso, mas ficar no mesmo lugar, na minha opinião, é ainda pior. É ainda mais angustiante e desgastante.


Em meio a mudança, eu quase surtei, várias vezes. Eu me deparei com várias pequenas frustrações que quem vê de fora, nem sonha que aconteceu, como a minha geladeira ter escolhido não funcionar por quase uma semana, ou as minhas roupas dentro de caixas porque não temos um guarda-roupa aindaMudanças externas trazem a tona tudo aquilo que precisamos melhorar, evoluir e desenvolver dentro de nós, e no meu caso, foi a minha pressa de querer resolver tudo, muitas vezes coisas que não dependiam de mim.

Cada mudança tem o seu processo de adaptação & maturação. O processo é para ser vivenciado e não resolvido. Nossas emoções, mesmo que as mais desafiadoras, não são despertadas para serem resolvidas, mas sim reconhecidas, acolhidas e validadas. É PRECISO SENTIR MUITAS DELAS. Mas tudo o que eu queria era retomar a minha rotina de antes com o máximo de agilidade possível, era ter tudo organizado o mais veloz possível como se eu fosse o flash, ter todos os sentimentos de ansiedade, medo e insegurança encaixotados dentro de uma caixa e despachados para longe.

Quanto mais queremos fugir, mais acumuladas as emoções, dificuldades e anseios ficam, até chegar o instante em que o balde inevitavelmente enche e excedemos o nosso próprio limite. Viver as mudanças não é sobre ter toda a bagunça e o caos que elas geram resolvidos quanto antes, mas testemunhar a mudança com totalidade, com entrega, com entusiasmo, porque ninguém, absolutamente ninguém sabe para onde elas irão nos levar.

Não tem como ir para um próximo patamar se não tivermos integrado todos os aprendizados e conhecimentos da fase anterior.

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