Se alguém me perguntasse o que eu faria se tivesse um pouco mais de tempo livre na minha rotina, com certeza eu responderia: tempo para montar o meu novo quebra-cabeça.
Eu já estou há dias tentando montar o meu, ou melhor, semanas. Essa vontade surgiu quando eu vi uma professora maravilhosa de finanças para mulheres, a Astrid Lacerda, compartilhar o seu momento de montagem de um quebra-cabeça com muito mais peças que o meu e usando uma pinça para mover as peças de tão pequenas que elas eram, e ali, acho que nasceu um desejo de ter a mesma experiência e vivenciar o mesmo processo, mas de um jeito um pouco mais iniciante, começando de um jeito minimamente mais leve.
O único problema é o tempo. Não disponho de um tempo livre invejável para passar horas e horas buscando, garimpando, encaixando e me frustrando com o bendito quebra-cabeça. Na maioria das vezes, me dedico a ele a cada 2 dias - ou 3 dias no máximo - e por um tempo de 1 a 2 horas, que mais parece alguns poucos minutos. Parece inacreditável, mas o tempo passa de uma forma extremamente rápida, como se voasse e eu ainda estivesse com meus pés no chão. Seria um luxo pegar um período inteiro da manhã, da tarde ou da noite para focar na construção dele, mas longe da minha realidade atual.
Comecei o quebra-cabeça porque percebi que é uma das atividades mais práticas para treinar o foco no momento presente. É quando eu consigo sair da minha mente e entrar no aqui e no agora. É quando eu aperto o botão de pausa e me desconecto das preocupações, da lista de tarefas que ficaram pendentes, da balbúrdia incessante dos meus pensamentos. Naquele momento, sou apenas eu juntando peças, desfazendo erros e ajustando encaixes. E nada mais.
Claro que às vezes a minha mente quer usar esse tempo para se distrair nas milhares de demandas cotidianas e das ações que logo mais vou ter que focar de vez, seja no mesmo dia, na manhã seguinte ou na semana a vir, quer ruminar ou inquietar-se com tudo o que existe de menos legal na vida adulta. Mas aí lembro que existe apenas um objetivo nos minutos que vão se seguir: achar a próxima peça. Simples. Ponto final.
E não tem como apressar. Não tem como pegar a minha urgência de querer ver tudo pronto, montado & construído e realizar todo o processo de uma única vez. Não tem como buscar uma receita mágica, ou uma fórmula pronta ou um atalho para isso. Um quebra-cabeça é uma das poucas coisas que é impossível pular o processo e ir para o fim. Querendo ou não, eu acho que esse hobby insiste em ensinar a paciência.
Quanto a frustração de ver tantas peças ainda soltas sem encaixe, nadando entre as centenas de outras de mesmo coloração, forma ou detalhe, eu acho que estou me acostumando. No exato instante em que a irritação, a frustração e a raiva surgem é quando eu entendo que é hora de pausar, de parar, de dizer chega e guardar tudo. Essa é a prova viva de que quando queremos desistir, é na verdade a nossa mente e nosso corpo pedindo por descanso. A frustração é parâmetro para o meu limite e entender quando ele foi atingido.
O quebra-cabeça que eu estou montando é o Uma Volta ao Mundo. Nele há várias imagens de paisagens naturais e turísticas de diversos lugares do mundo, em polaroides. Tem a Estátua da Liberdade, A Ilha da Páscoa, Fernando de Noronha, Monte Fuji e diversos outros lugares bonitos & encantadores. A minha estratégia foi começar tentando montar aquele lugar turístico com cores marcantes e bem visíveis no meio da infinidade de peças, e a primeira coisa concluída foi o Gardens by the Bay - Singapura.
Dedicar uma quantidade de horas todos os dias para montar a minha Volta ao Mundo através do quebra-cabeça tem sido a minha recompensa ao final da maioria dos dias. Já não tenho mais aquela necessidade de estar mexendo no celular ou nas redes sociais como o Instagram para me recompensar pelo esforço e dedicação diário.
Por agora, não vejo a hora de ver ele finalizado, todas as peças preenchidas e coladas, porque assim que eu finalmente concluir tudo, e respirar aliviada e em paz, esse quebra-cabeça vai virar um belo quadro em algum dos cômodos da minha casa. Claro que terei que encomendar uma moldura que caiba a montagem, mas por agora, esse é o menor dos meus problemas.
Essa postagem foi uma das primeiras do quadro #1001 coisas que fiz antes do fim do mundo, inspirado no blog da Aline Vieira chamado 1001 pessoas que conheci antes do fim do mundo. Vou tentar vir aqui toda semana registrar novas experiências ou coisas que valem a pena serem repetidas, e deixar guardado aqui no blog, porque podem servir de inspiração, de ideias, de sugestões e de incentivo para o mundão lá fora.
☕Agora me conta, você gosta de quebra-cabeça? Já tentou montar alguma vez na sua vida? Como foi a experiência?
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