Luana Galdino

registrando minha jornada

Luana Galdino
Oi, eu sou a Luana, e aqui você encontra o meu diário virtual sobre cotidiano, reflexões, aprendizados e experiências que a vida me deu. Escrevo para dividir um pouco das coisas que amo, me inspiram e que me fazem feliz. Esse blog é um lugar de respiro para quando preciso de uma pausa ♡

Por que sentimos ansiedade?

Pode parecer extremamente contraditório dizer isso, mas é normal sentir ansiedade. Ela existe para a nossa proteção e também carrega um propósito, por mais que quase todo mundo odeie se sentir ansioso, ela não existe à toa. Como qualquer outra emoção, ela tem um porquê de existir. Caso fosse uma emoção totalmente desnecessária e inútil, jamais a evolução teria selecionado ela para ser passada adiante pelos nossos ancestrais.


Estar ansiosa significa estar preocupada com algo, principalmente em relação ao futuro. A ansiedade aparece em nossas vidas quando o nosso cérebro identifica uma ameaça real ou imaginária, e isso acontece para te preparar para uma ação, evento ou situação no futuro. Há milhares de anos, a ansiedade já existia, mas a nossa preocupação era baseada em aspectos básicos ligados a nossa sobrevivência, como caçar, se alimentar, buscar abrigo, reagir a um ataque, etc. Nesse cenário, a ansiedade era extremamente útil, porque ela permitiu que os nossos ancestrais se preparassem para lidar com todas essas questões envolvendo sobrevivência, por exemplo, ao criar lanças para se protegerem de outros animais.

A ansiedade é muito parecida com o medo, pois uma das suas principais funções é nos garantir PROTEÇÃO. Vai por mim, se não existisse ansiedade, seriamos pessoas totalmente imprudentes a ponto de atravessar uma rua cheia de carros sem olhar. A principal diferente entre ansiedade e o medo, é que no primeiro caso, o perigo ainda não existe, não é real e PODE acontecer no futuro, mas não é um perigo que está acontecendo de fato no momento presente, é fruto dos nossos pensamentos, interpretações e imagens mentais.

Ficamos ansiosos porque a partir da ansiedade conseguimos ter alguma ação voltada para a solução de um possível problema atual ou futuro que está nos preocupando. Isso é a ansiedade normal: quando existe um movimento por trás dela. Imagina uma apresentação de um seminário na faculdade, e você fica ansioso, e essa emoção dispara um alerta no seu cérebro avisando que você precisa, até lá, se preparar, pesquisar, ensaiar, criar slides, etc., e a partir disso, você se coloca em movimento e busca construir ações que te ajudem a lidar com esse “problema”, que no caso é o seminário. Viu como a ansiedade não é tão ruim assim?

Mas quando a ansiedade começa a se tornar patológica e se transforma em um transtorno? No exato momento em que você começa a se preocupar apenas por se preocupar e não atrela isso a uma ação. Sua ansiedade para de estar acompanhada de uma ação. Normalmente isso acontecendo quando começamos a ruminar excessivamente sobre o problema, mas, ao mesmo tempo, ficamos paralisados sem emitir qualquer comportamento ou reação.

A ansiedade ocorre em decorrência de uma série de ativações neurofisiológicas que acontecem no seu corpo no exato momento em que o seu cérebro detecta uma ameaça, que pode ser real ou imaginária, porém para a maioria das pessoas é um perigo que não existe no mundo real. Imagine uma pessoa que interpreta uma entrevista de emprego como uma ameaça. A região do seu cérebro responsável por detectar isso é a amígdala cerebral. Ela ativa o Sistema Nervoso Autônomo, mais especificamente o Sistema Nervoso Simpático, o que por sua vez gera algumas mudanças físicas, como aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada & tensão muscular. Essas respostas são preparativas para uma possível ação de "luta ou fuga". De uma forma bem resumida e simplista, é isso que acontece.

As principais reações fisiológicas em um momento ansioso são: coração acelerado para bombear mais sangue para as áreas do seu corpo, suor para regular a temperatura, dor de barriga, falta de ar, tremor, respiração ofegante, tontura, pupilas dilatadas, etc.

A amígdala cerebral faz parte do sistema límbico, sendo a área do cérebro associada ao processamento emocional, formação de memórias, motivação e respostas a estímulos, principalmente relacionado ao medo. Ela é a parte do cérebro mais primitiva responsável por reagir a tudo o que acontece no ambiente externo e por ser uma área incapaz de diferenciar situações reais de situações imaginárias. Ex: se emocionar em um filme ou sentir medo, por quais que você saiba que não é real, você sente as emoções mesmo assim, talvez não com a mesma intensidade, porém você sente. A amígdala cerebral não tem a capacidade de racionalizar e analisar tudo.

Como saber se a minha ansiedade é normal ou está beirando a um transtorno? Existem algumas características que definem a ansiedade patológica, e caso você se identifique com a maioria delas ou conheça alguém que possui os sintomas que vou citar abaixo, é essencial e indispensável a procura de um profissional de saúde mental para um acompanhamento aprofundado do quadro e receber ajuda & suporte para conseguir lidar com isso. Caso tenha interesse, inscreva-se na lista de espera para a Psicoterapia comigo em 2024 (são poucas vagas). Nesse formulário você encontra todas as informações necessárias sobre o meu trabalho. 

1. Intensidade exagerada
É normal se sentir ansiosa com determinadas coisas na vida, por exemplo, um primeiro encontro, uma entrevista de emprego, uma apresentação, etc., mas a partir do momento em que a ansiedade se torna maior do que se esperaria para uma situação e a maioria das pessoas não se sente preocupado em relação a isso, como subir um elevador, dirigir sobre uma ponte, ir no mercado, etc., é importante prestar atenção.

2. Persistência
Todo mundo se preocupa, ou irá se preocupar em algum momento, porém é uma preocupação que tem, na maioria das vezes, um começo, um meio e um fim. Se me preocupei hoje com um e-mail que precisava responder com urgência, amanhã é provável que toda a ansiedade em relação a isso tenha passado. Na ansiedade patológica, é uma ansiedade exagerada que dura dias, semanas, meses & até anos, e que não passa.

3. Interferência
A partir do momento em que se sentir ansioso começa a atrapalhar a sua performance no trabalho, o convívio com outras pessoas, a execução de tarefas simples do dia a dia, ou afetar o seu desempenho em alguma área da sua vida, é um importante sinal de atenção e risco.

4. Pânico repentino
Sentir pânico sem um gatilho óbvio, como se ocorresse de maneira aparentemente "repentina". Um ataque de pânico é uma resposta intensa e abrupta de ansiedade, onde a pessoa pode experimentar um conjunto agudo de sintomas físicos e emocionais, que geralmente atingem o pico em poucos minutos.

5. Generalização
Se antigamente a sua ansiedade se concentrava em algum ponto específico da sua vida, por exemplo, um projeto no trabalho, e de repente, você começa a se sentir ansioso em relação a vários outros aspectos da sua vida e quando você percebe, tudo é gatilho para a sua ansiedade aflorar, qualquer sinal de perigo/ameaça você começa a apresentar todos aqueles sinais e sintomas físicos que citei ali acima.


6. Pensamento catastrófico
Será que... E se… São esses pensamentos que normalmente vão passar pela sua cabeça junto das piores hipóteses possíveis, um emaranhado de cenários e situações catastróficos e ruins acontecendo na sua vida sem você conseguir achar que vai dar conta ou encontrar uma solução. Você sempre vai pensar nos resultados negativos que uma situação/evento/ação pode gerar como consequência.

7. Evitação
Um dos mecanismos de enfrentamento que as pessoas ansiosas usam demais é a evitação, ou seja, fugir de tudo aquilo que pode gerar essa ansiedade ou preocupação, tudo aquilo que pode ser visto como perigoso e ameaçador, mesmo que não seja na vida real, porém evitar apenas contribui para a manutenção e fortalecimento do transtorno, por mais que gere um certo alívio no momento. Você passa a evitar situações, lugares, pessoas ou objetos percebidos como ameaçadores, desconfortáveis, angustiantes ou associados a sentimentos negativos.

8. Perda da segurança
Pessoas ansiosas sentem uma diminuição da sensação de segurança em relação a si mesmas, aos outros ou ao ambiente ao seu redor. Isso pode se manifestar de várias maneiras, dependendo do tipo de ansiedade e das preocupações específicas da pessoa, o que gera Hipersensibilidade ao Perigo, Dúvida e Incerteza Constantes, Medo de Perder Controle, etc.

COMO A ANSIEDADE ACONTECE?
  1. Gatilho (acontece algo que desencadeia a ansiedade, ex: situação, pensamento, evento, ou emoção, etc.)
  2. Interpretação da situação (pensamentos)
  3. Emoção (emoções são impulso para uma determinada ação ou sugestão de comportamento)
  4. Ativa o Comportamento de Luta ou Fuga (ou eu fico e enfrento o problema ou eu fugo)
Ex: Imagine que você vai participar de uma entrevista de emprego, e logo começam a aparecer alguns pensamentos automáticos na sua mente, como: "E se eu não conseguir?” “E se eu ficar nervoso?" “E se eu não for bom o suficiente?” “E se tiver alguém melhor do que eu lá?” Esses pensamentos desencadeiam a ansiedade no aspecto fisiológico, te fazendo sentir várias daquelas reações físicas que citei (suor, tremor, dor de cabeça, coração acelerado, etc.).

Na ansiedade, é comum a pessoa sentir que não tem capacidade de lidar com o pior, por sentir-se vulnerável e acreditar que não há uma solução para o problema, e que se o pior acontecer, ela não vai conseguir enfrentar a situação.

Se você perceber sintomas como ansiedade persistente, medos inexplicáveis, pensamentos negativos recorrentes ou uma constante sensação de insegurança, é importante reconhecer que você não está sozinho. O auxílio de um profissional de saúde mental, como um psicólogo, pode ser a âncora que o guiará no enfrentamento desse problema. Lembre-se, procurar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim um ato de autenticidade e autocuidado. Sua jornada em direção a uma vida mais leve e com bem-estar merece ser trilhada com o apoio necessário, e um psicólogo pode ser seu guia compassivo nesse caminho.

Até o próximo post ☕

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