Hoje eu fiz uma coisa que nunca havia feito antes: fiz leg press com 60 quilos de cada lado na academia. Dificilmente eu aumento carga nos aparelhos, um hábito que decidi derrubar por terra a partir de hoje. É tentador me manter dentro da minha zona conhecida, ou como dizem, agarrada a zona de conforto. Acredito que é o melhor momento para sair dela, é quando você se acostuma, começa a ficar confortável demais e aquilo já não passa mais a ser desafiador ou levar você até um limite desconhecido seu.
A única coisa que percebi naquele momento foi o meu cérebro, talvez a parte dele mais determinada a focar na minha sobrevivência & em cumprir a missão de me manter viva, me dizendo que eu não ia dar conta. Eu sempre arrumo desculpas para não aumentar a carga: “ainda não estou pronta, ainda não tenho força o suficiente, ainda não é o momento certo, não vou aguentar se aumentar muito”. Preciso te falar que a vida funciona de um único jeito: você recebe aquilo que você dá. Se você quer ter um resultado, você precisa dar algo em troca para alcançá-lo, e cada resultado que a gente busca, exige um preço, uma demanda, uma energia, um movimento.
Hoje me dei conta que a mente desiste antes do corpo. Ela sempre joga a bandeira branca de rendição para o alto. Meus pensamentos automáticos, esses que são tão falados na Terapia Cognitivo Comportamental, estavam tentando chamar a atenção dentro da minha cabeça, dizendo em alto e bom som “isso não é para você”. E por um segundo, eu acreditei. Por um segundo, eu quis desistir. Por um segundo, eu quis falhar de propósito, não porque eu tinha chegado no meu limite, mas exatamente porque eu não queria chegar no meu limite. E como é dito em um dos meus poemas favoritos: a gente não tem medo das nossas sombras, e sim da nossa luz. A gente tem medo de conseguir e ter de lidar com o sucesso quando as coisas dão certo.
A cada série, eu saia do aparelho acreditando que eu ia desmaiar de cansaço, de exaustão, de descontrole, mas eu sobrevivi, e isso foi a maior vitória: ter visto o quanto o meu corpo foi capaz de suportar em um momento louco como esse. Tirando o peso das anilhas, a plataforma tinha quase 50 quilos, ou seja, minhas pernas aguentaram no total quase 180 quilos. Eu, que sempre fui baixinha, pequena & “fofa”. A minha segunda conquista foi ter vencido a minha mente em meio a vontade de desistir, e não ter falado “tô fora”. Ao invés de dar corda, eu acreditei em mim, aos trancos e barrancos, mesmo tendo aqueles 5 segundos de respiro antes de completar as 2 repetições que faltavam.
O esporte, mesmo que a musculação, nos faz acreditar mais em nós mesmas. Essa foi uma das primeiras vezes que confiei no que eu tinha, confiei no meu corpo & ele me surpreendeu, positivamente, dessa vez (talvez ele tenha me deixado na mão na cadeira extensora, mas é papo para outro momento rs)
Quando finalizei o treino, é claro que as minhas pernas estavam destruídas em um bom sentido, mas a única coisa que eu pensava era em como grande parte daquela exaustão tinha passado, aquele sufoco no leg press não estava acontecendo naquele momento, e me fez perceber que o tempo cura tudo. Nada sobrevive ao tempo, e que o desconforto é por pouco tempo, mas vivê-lo é essencial.
Quando as coisas ficarem fáceis & confortáveis demais para você, e você perder o gosto do desafio, da superação, do limite, aumente um pouco a carga. Deixe o medo de lado. Abra mão da necessidade de estar 100% pronta & tente. E quando você for tentar, os pensamentos automáticos vão mostrar que a sua mente já desistiu. Porque a nossa mente desiste antes mesmo dela tentar, antes de você dar o primeiro, antes de você chegar no seu limite & a beira de conseguir aquilo que tanto quer. Para mim, isso foi sobre o leg press e a academia, mas para você pode ser sobre os seus objetivos.
Não tem desculpa que sobreviva a sensação final e o orgulho de dar um pouco mais do que você está habituado. Você recebe na proporção que você dá, na mesma intensidade do seu esforço. Derrube as suas desculpas, uma por uma & veja a diferença que isso faz. E o mais importante: nunca acredite na sua mente. Jamais. Never.
Até a próxima 🤍
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