Luana Galdino

registrando minha jornada

Luana Galdino
Oi, eu sou a Luana, e aqui você encontra o meu diário virtual sobre cotidiano, reflexões, aprendizados e experiências que a vida me deu. Escrevo para dividir um pouco das coisas que amo, me inspiram e que me fazem feliz. Esse blog é um lugar de respiro para quando preciso de uma pausa ♡

Meu 1º mês sem tomar anticoncepcional

No final de agosto, eu tomei a decisão de parar de tomar o anticoncepcional. O único motivo que me fez tomar o AC durante os últimos 5 anos foi o medo de engravidar; nunca precisei tomar devido a problemas de saúde ou complicações médicas, e de um tempo para cá, ingerir um monte de hormônios apenas para evitar uma gravidez deixou de fazer sentido.

Eu comecei a me sentir em uma prisão, e isso foi me angustiado bem lentamente. Ficar dependente de uma pílula todo santo dia foi me consumindo a ponto de já não me sentir conectada ao meu próprio corpo, e como a busca por autoconhecimento tem sido o meu maior norte, faltava apenas acolher e compreender o meu corpo em seu estado natural, sem a interferência de um remédio o tempo todo.

Essa decisão não foi tomada na ausência do medo, muito pelo contrário, e como sempre digo: sentir medo significa que estamos no caminho certo. Apenas sentimos medo por aquelas coisas que realmente valorizamos e que são importantes para nós, e conhecer o meu corpo era um grande objetivo que comecei a cultivar nos últimos meses, e apesar do medo que carreguei de finalmente bater o martelo e parar de tomar, depois de um mês sem AC, percebo que foi a melhor decisão da minha vida.

Os meus maiores receios em parar de usar foi o medo de engordar/emagrecer e possíveis mudanças no meu corpo em questão de ganho de massa muscular e meu rendimento na academia; tirando isso, o medo de engravidar foi um ponto que resolvi internamente e deixou de me atormentar e me deixar em pânico nos últimos anos. A gravidez já não é algo que me deixa claustrofóbica como antes.

Depois de um mês sem tomar o anticoncepcional, descobri que meu ciclo dura 25 dias e que a TPM não é um bicho de 7 cabeças. Tenho que admitir que parar de tomar o remédio me deu um pouquinho de trabalho, por que fazer o uso do anticoncepcional durante tanto tempo sempre me isentou da necessidade de prestar atenção no meu próprio corpo, de “perder tempo” tentando decifrar e interpretar os meus sintomas físicos, de acompanhar e rastrear como meu corpo funciona.

Por que fazer isso em uma rotina totalmente corrida e atarefada? Como encontrar tempo para perceber como meu corpo funciona? Onde vou encaixar mais uma preocupação no meu dia? De que maneira vou abrir espaço para isso? Essas eram algumas perguntas que pairavam pela minha mente que me fizeram demorar para tomar essa decisão. E a versão minha que se fazia essas perguntas era uma Luana imatura, acelerada, ansiosa & desconectada do maior presente que ganhei de Deus: a vida.

Hoje, por transformar o meu autocuidado, o meu bem-estar, o meu autoconhecimento nas maiores prioridades da minha vida, incluir o meu corpo nessa equação faz total sentido. De um tempo para cá, eu vinha sedenta querendo descobrir como meu corpo funciona sem um remédio estar fazendo todo o trabalho pesado por mim. Tomar AC me livrou de um monte de pequenas coisinhas: dores de cabeça, cólicas, imprevisibilidade, pele saudável, não ter espinha. Mas me livrar de passar por todos esses desconfortos me afastou da minha essência como mulher e tirou um pouco da minha feminilidade.

Tomar anticoncepcional me deixava totalmente no controle, e quem me acompanha há algum tempo sabe que venho tentando abrir mão do meu controle o máximo que consigo, e de uma maneira bem sucedida, e parar de tomar era mais um passo que eu precisava dar. É estranho não saber exatamente quando a menstruação vem, ainda é novo acompanhar cada etapa do meu ciclo menstrual, ainda é novidade redescobrir como meu corpo produz cada hormônio que ele precisa e como cada um afeta a minha força, meu humor e minha energia, mas esse processo me deixou mais conectada com a minha verdade. 

Hoje eu não exerço nenhum controle direto sobre o meu ciclo; é ele que dá as cartas e eu apenas acompanho e tento dançar no mesmo ritmo. Não precisar tomar nenhuma pílula por 21 dias é libertador, trouxe mais paz & liberdade que nenhuma outra escolha trouxe; hoje não tenho um mini ataque por saber que atrasei o uso, que esqueci, que não tomei por um dia. Hoje não ter essa pressão sobre as minhas costas é libertadora.

E pouco dos meus medos que carreguei ao tomar essa decisão realmente aconteceram e se tornaram realidade. Minha pele continua saudável, e todos os anos de skincare diário realmente me ajudaram a manter e cultivar uma pele saudável; meu peso permaneceu o mesmo, nem engordei e nem emagreci, e todos os investimentos com a minha nutricionista e os meses que me comprometi com uma alimentação equilibrada e limpa valeu a pena. Meu cabelo continuou do mesmo jeito. 

Percebi um pouco de diferença treinando musculação na academia, mas foi uma mudança positiva. Minha energia para treinar se tornou absurda e surreal. No meu período fértil, período em que estive com muita energia, disposição e vontade de me movimentar, senti a minha força maior, aumentei a carga de vários exercícios, treinei com mais paixão do que antes, e pelas minhas pesquisas e acompanhando alguns profissionais da área, parece que a testosterona fica inativa devido à produção de uma enzima produzida pelo corpo para absorver o estrogênio e a progesterona da pílula.

Minha energia estava tão intensa que em alguns dias eu acabei tomando banho gelado depois da academia para tentar gastar e diminuir essa energia de alguma maneira. Durante o período fértil, estive mais acelerada e agitada, e algumas técnicas de mindfulness, respiração e relaxamento precisaram ser inseridas com mais frequência e intensidade no meu dia. Em alguns momentos, minha mente não parava de ter ideias, criar planos, pensar em possibilidades, idealizar cenários, visualizar aspectos positivos. 

Sobre minha libido, nem se fala. Minha libido nunca foi alta tomando o anticoncepcional e sempre precisei de mais “estímulos externos” para ativá-la, mas nesse primeiro mês sem tomar anticoncepcional, eu me senti subindo pelas paredes a qualquer mínima coisa que acontecesse, e foi uma sensação totalmente nova e diferente. E antes que alguém se questione mentalmente qual método estamos usando para nos proteger de uma gravidez, a resposta é: a tradicional e conhecida camisinha.

Quanto ao meu humor & minhas emoções durante o meu ciclo, nunca me senti tão bem & vida em toda a minha vida. Em muito tempo, foi a primeira vez que o meu registro emocional - para quem não sabe, todo dia antes de dormir eu marco em um rastreador qual foi a emoção predominante naquele dia - ficou por mais de uma semana laranja, a cor que atribuo ao meu bem-estar, satisfação e felicidade. Isso nunca tinha acontecido. 

Agora, em relação a minha TPM, que acabou sendo a minha primeira TPM em 5 anos, foi intensa e assustadora. Teve dias que senti o estresse me corroendo por dentro, e por trabalhar a autopercepção corporal com as práticas de escaneamento físico, já percebia rapidamente que o meu nível de cortisol estava mais elevado e já introduzia técnicas, ferramentas e recursos para me regular emocionalmente, sempre escolhendo me dar um tempo, fazer uma pausa e cuidar de mim.

Nesse momento, eu agradeci a Luana de alguns anos atrás que tomou a decisão de se priorizar e cuidar de si mesma; agradeci por ela ter aprendido tanto sobre como acolher emoções desafiadores, como ser compassiva em momentos conturbados, como cultivar bem-estar e leveza diante dos acontecimentos da vida. Graças a Luana de alguns anos atrás, não tive cólicas a ponto de querer morrer, porque foi ela me fez cultivar hábitos saudáveis, cuidar da minha rotina, incluir ações intencionais de autocuidado, manter uma alimentação equilibrada, não abrir mão da minha saúde mental e emocional.

Todo o esforço que vim fazendo por mim nos últimos anos, graças a todo o conhecimento da psicologia, valeu a pena, porque o meu corpo hoje é reflexo de tudo o que vim melhorando, aperfeiçoando e implementando para o meu bem-estar nos últimos anos.

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