Luana Galdino

um pouco de tudo o que vivo

Luana Galdino
Oi, me chamo Luana e aqui você encontra o meu diário virtual sobre cotidiano, reflexões, aprendizados e experiências que a vida me deu. Escrevo para dividir um pouco das coisas que amo, me inspiram e que me fazem feliz. Esse blog é um lugar de respiro para quando você precisar de uma pausa ♡

Cansar também é uma forma de perder

Ainda não aprendi a real diferença entre resignação, aceitação e conformismo diante de algo que a vida, sem querer, nos traz; acho que na altura do campeonato, talvez saber não faça mais tanta diferença assim e eu só esteja vivendo uma mistura dos três. Acredito que por alguns segundos, eu tenha orbitado na contramão de todos ou quem sabe fui em direção a cada uma dessas três palavrinhas, sem entender a linha tênue que separa cada uma.

Acho que resignação tem a ver com o sentimento de derrota. Não sei se você já vivenciou aquela sensação inquietante de que a vida, alguém ou algo conseguiu te derrotar e suas forças simplesmente se esgotaram como se você tivesse lutado a batalha mais épica da sua vida? Já não sei se realmente eu fui derrotada ou se eu mesma me dei por derrotada em algum trecho do caminho. Hoje tenho saído de algumas batalhas com a sensação de que elas me venceram, não sei se pelo cansaço, pela fadiga, pelo esgotamento.

Depois de tantos sofrimentos acumulados ao longo da vida, eu pensei que nada mais poderia me dar essa sensação incomum de derrota, a sensação formigante de “nossa, eu perdi; caramba, eu tentei & perdi”. E de novo, não sei se porquê não tentei o bastante ou não tentei do jeito certo. Ainda não sei lidar por completo com as perdas, com o fracasso e nem com todos os resultados não planejados e impensados que me sacodem, vez ou outra.

Aceitação. Parar de lutar contra a realidade dos fatos, parar de brigar com o que não existe mudança, saída ou permuta. Aceitar é quando paramos de querer tanto que as coisas sejam diferentes quando claramente elas não podem ser, não importa o punhado de ansiedade, dor ou exclamação que a gente doa. A diferença é que essa aceitação não é passiva. Ela vem com uma mistura de estar em movimento, de fazer diferente & de melhorar, em alguma instância. Acho que estou na esfera da aceitação toda vez que sigo em frente com um olhar diferente das dores que ganhei.

Mas algumas vezes, eu simplesmente me conformo. E isso é horrível. É ir contra qualquer livro de autoajuda que já tenha lido, contra todas as teorias da psicologia, contra todos os gurus da internet e todos os bons conselhos que já recebi de pessoas especiais. Na verdade, é ir contra eu mesma, e mesmo assim, algumas vezes eu simplesmente ativo esse lado do conformismo, porque é mais fácil, é menos trabalhoso e me dá a sensação de que estou fugindo das responsabilidades ao invés de bater no peito e dizer que “eu resolvo”; é quase uma mistura de “foda-se com deixa prá lá ou tanto faz”. 

Você até pode ter todas as ferramentas, o conhecimento, o elixir mágico, saber o macete certo, ter um truque na manga, um último recurso, mas você não quer usar, porque no final das contas, uma parte de você grita e berra de que não vai fazer diferença. Escrevendo sobre conformismo, acho que se parece muito com o fenômeno chamado desamparo aprendido. Saber na teoria um conhecimento e viver ele na prática são coisas totalmente diferentes. 

O desamparo aprendido doí, eu não sabia que machucava tanto, e talvez estar na esfera do conformismo dure algumas poucas horas, uns dias prolongados ou quem sabe uma semana inteira, mas enquanto estiver nele, não quer dizer que não doa. Para você entender, o desamparo aprendido é o estado em que nada que você escolhe fazer, exerce influência sobre o que acontece com você; é a reação de desistir, o ato de renúncia decorrente da crença de que nada do que se faça tem importância.

Como todo o resto, isso não é uma certeza de como as coisas são, é apenas um dos ângulos que existe para se olhar uma mesma situação, é uma crença e não uma verdade absoluta. 

E acho que chegar ao ponto de se perguntar “Que diferença isso vai fazer?” e ouvir de si mesmo como resposta “Nenhuma”, te maltrata de um jeito muito, mas muito perigoso, porque você passa a entender que nada do que faça vai ter o alcance que você espera, nada do que você escolha fazer vai produzir qualquer resultado diferente, nenhum comportamento ou atitude vai ter qualquer efeito. Então porque tentar? Então porque insistir? Então porque se dar ao trabalho? Então porque se dar o luxo de gastar energia em algo que parece há milhares de quilômetros? 

Isso abre brechas ou deixas lacunas.

Então você desiste de tentar, mesmo que aquilo faça um sentido absurdo para você, mesmo aquilo sendo extremamente importante. E então o conformismo, ou o desamparo aprendido ganham & todas as tentativas que cabiam apenas a você escorregam dos seus dedos e tudo se transforma em um grande TANTO FAZ e deixa de ser o pequeno TALVEZ que costumava ser. E apesar disso, eu ainda cruzo os dedos e torço para que o universo me traga o melhor e devolva os dias de primavera, mesmo o cansaço, a lucidez, a tentativa de continuar e aquela sombra do "tanto faz" ameaçando tomar conta. 

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