Luana Galdino

registrando minha jornada

Luana Galdino
Oi, eu sou a Luana, e aqui você encontra o meu diário virtual sobre cotidiano, reflexões, aprendizados e experiências que a vida me deu. Escrevo para dividir um pouco das coisas que amo, me inspiram e que me fazem feliz. Esse blog é um lugar de respiro para quando preciso de uma pausa ♡

Eu não quero me encaixar e talvez você também não

Talvez ninguém nunca tenha te falado isso, mas eu vou ser a primeira: você não precisa ser o que os outros esperam que você seja. Não mesmo. Não nessa vida e nem em todas as próximas. Aprendi do jeito mais dolorido que a autenticidade que todos falam não tem a ver com ser a diferentona e o ponto preto no meio de um mar azul, mas sim em escolher conforme as suas próprias referências, gostos & verdades. E só quem já tentou, sabe o quanto isso está longe de ser simples ou fácil, porque o primeiro passo para isso sempre começa em enfrentar o MEDO. Essa palavra com apenas 4 letras é aquela grande placa de PARE em vermelho vibrante que separa você de onde está e de onde quer estar.


Ser quem a gente é, é simplesmente ASSUSTADOR. Se tem algo que o nosso cérebro ainda não aprendeu é que ser aceito em um grupo ou comunidade não é mais uma questão de sobrevivência, pelo menos não como era para os nossos antepassados a milhares e milhares de anos atrás, onde isso, sim, representava uma questão de vida ou morte. Você não vai morrer caso alguém se incomode com o seu jeito de falar, não vai ser o fim do mundo se nem todos concordarem com as suas ideias e nem se você ouvir uma crítica sobre um projeto que você passou meses se dedicando. Não estou dizendo que isso não vai te chatear ou que você estará imune a todos os comentários, olhares e falas negativas que ouvir por aí, mas apenas quero que você se faça uma pergunta muito simples: “o que de pior pode acontecer?”.

Uma coisa é certa: você não vai agradar todo mundo, e esse é o preço que se paga para colocar no mundo as suas ideias, as suas crenças & sua verdade. A escrita foi o mais próximo que eu cheguei de transbordar a minha autenticidade para o mundo, porque escrever sempre foi algo temeroso para mim. Expor sua criatividade também é. Criar alguma coisa é no mínimo um pequeno surto de pânico para o seu cérebro. Buscar mais daquilo que te preenche e te dá um senso de “a vida vale a pena” e “viver vale a pena” é um ato de rebeldia e de muita coragem, PORQUE para chegar nessa sensação de realização, de satisfação e de missão cumprida é necessário ir na contramão do mundo. Enquanto está todo mundo pegando um atalho, você optará pela estrada.

Exige ir contra todo um circuito de regras já definidas. Buscar mais daquilo que te inspira, te emociona, te empodera, te dá um misto de paixão, empolgação, que te deixa em êxtase apenas de pensar nisso, é algo incompreensível para a maioria das pessoas. Isso pode ser sobre a sua carreira, a sua arte, um trabalho voluntário, um hobby, uma atividade prazerosa, um projeto, um corpo mais definido e atlético, não importa o que seja , porque para você estar em constante fluxo com isso, a vida exige que você se dedique, se esforce, faça sacríficos, abra mão do tempo livre, do happy hour das sextas a noite, das jogatinas de madrugada, exige que você escolha melhor suas companhias, exige que você abdique de todas aquelas coisa que podem ficar em segundo plano no seu processo de priorizar.

Para a maioria das pessoas, isso é bizarro. Por que alguém em sã consciência gostaria de abrir mão das latinhas de cerveja para ter um corpo definido? Por que alguém falaria não para aquele cupcake de chocolate de sobremesa? Por que alguém gastaria horas cozinhando uma comida saudável se não é tão mais fácil pedir algo no Ifood? Por que alguém se daria o trabalho de escrever um livro? Por que alguém perderia um tempo absurdo tentando finalizar um mestrado? Por que se preocupar em um relacionamento sério se você pode continuar solteiro e aproveitar? E sim, tudo isso é mais fácil - muito mais fácil - não dá trabalho, é recompensador por si só, não tem muito esforço & dedicação, e poupa muita energia, mas quer saber uma coisa? Não são essas coisas que tornam a vida apaixonante e nem te dão a liberdade suficiente para vivê-la ao máximo.

E essa é uma das grandes maravilhosas de escolher não se encaixar no que o mundo diz ser certo, prático, fácil ou melhor: você se torna apaixonado pelo que parece ser o seu certo, aquilo que está mais alinhado ao que você de fato busca. Você se apaixona pela sua profissão, por um mestrado, por sua arte, por sua melhoria interno, pelo seu processo de autoconhecimento, por sua criatividade, pela sua família, pela criação dos seus filhos. E as pessoas vão perceber e achar estranho, algumas vão até comentar. Você vai se tornar aquela que vai negar o próximo convite da balada, que vai preferir água do que refrigerante, que vai querer uma fruta ao invés de uma sobremesa açucarada, que vai gostar mais do caminho até a academia do que o caminho até o sofá, que vai se divertir mais com os livros do que com dancinhas & memes do tiktok.

Não que nada disso vá te fazer ser uma pessoa melhor e superior a todo mundo, mas sim alguém que é apaixonada pelos seus próprios ideais, valores & conceitos, alguém tão apaixonado que NÃO se encaixar vai deixar de ser um problema, mesmo que para todo mundo de fora você esteja deixando de “curtir” a vida, esteja perdendo “oportunidades”, esteja se tornando “careta” demais. Mas quem precisa ditar o que é divertido é VOCÊ. Esses dias eu neguei um refrigerante - mesmo que zero - em um churrasco que fui, e meu Deus, parecia que eu tinha dito não a Jesus Cristo e abdicado da minha salvação. Ouvi coisas como “só hoje não vai fazer mal”.

E sim, realmente não vai. Mas sabe quando você não quer alguma simplesmente por não estar a fim, no clima ou com vontade? Foi isso. E para todo mundo ao redor pode ter sido um sacrifício, uma loucura, um martírio, mas para mim foi apenas respeitar a minha vontade, ao invés de dizer apenas para me encaixar e agradar várias pessoas que mal entendem os meus valores, verdades e intenções, e depois ter de arcar com a minha própria culpa & arrependimento. Minha mãe estava certa o tempo todo: eu não sou todo mundo. Você não é todo mundo. Então se for escolher & fazer algo, que seja por você, pelas coisas que você ama, pelas pessoas que você respeita & admira, que seja pelas suas paixões e inspirações internas, que seja pela sua visão de mundo e também de futuro.

Alguns vão te achar sem graça, outros irão achar que você enlouqueceu, alguns vão tecer críticas, vão te chamar de esquisita na cara dura e talvez role até o famoso“cadê os namoradinhos?”, vão falar que sua profissão é sem sal, que sua arte não dá dinheiro, que você é fanática por academia, que você é abitolada por alimentação saudável, que você é nerd demais para a sua idade, que você é burro por ser fiel, que sua criatividade é péssima, que você não nasceu para os seus sonhos, ou vão dizer que você é só mais uma. Mas a única coisa que realmente importa, no final de tudo isso, é o quão feliz você vai estar quando colocar a cabeça no travesseiro, é o quão orgulhosa vai estar de si mesma, é o quão grande você vai estar se sentindo ao final de um dia agitado e caótico, é o quão grata você vai ficar por estar tornando a sua vida apaixonante à sua própria maneira.


Eu não quero ser aquela que senta para reclamar dos problemas como se isso fosse a coisa mais normal do mundo e nem ficar esbravejando o quanto a vida é trágica, injusta e sofrida numa roda de amigos, e muito menos competir para ver quem tem a história mais triste do ano. Nada contra quem faz isso, mas não é o que desejo para mim. A vida pode ser, sim, difícil algumas vezes - mais vezes do que podemos contar - porém, não é assim que quero me recordar dela, não quando existe uma infinidade de coisas maravilhosas esperando que a gente diga sim para elas. Mas já parou para pensar que existe uma pressão para esses assuntos negativos, danosos & inúteis? Quando somos nós que abrimos espaço para o positivo, já somos bombardeadas de "ah tá se achando", "tá se sentindo!", "é que você tem sorte", "é só por enquanto", etc. No final das costas, existe alguém que suporte pessoas assim?

Se o preço a pagar for uns olhares estranhos, que seja. Vá focar no seu vestibular, vá abrir a sua empresa, vá investir tempo na sua arte, vá estudar para aquele concurso, vá escrever fanfic das suas histórias preferidas, vá colocar para fora a sua criatividade, vá produzir a sua própria música, vá escolher a sua próxima graduação. Vá, porque você tem o direito de tornar a sua vida apaixonante ao decidir por si mesma. Essa é a sua liberdade.

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