Estou há um pouco mais de um mês colocando todo o meu foco, intenção & comprometimento lá no YouTube, seja gravando os vídeos semanalmente, criando os roteiros, editando os vídeos gravados, usando a minha criatividade para pensar em novas ideias, respondendo comentários e desenvolvendo boas capas & títulos. E posso dizer que estar no YouTube é muito mais trabalhoso do que estar em qualquer outra rede social, mas...
Só que é um trabalhoso que dá prazer e vontade de continuar, e essa é a grande diferença. Quando eu estava no Instagram, a palavra que mais descrevia o que eu sentia dia após dia é a sensação de sacrifício. De estar sacrificando meus momentos de lazer, de estar em família, de aproveitar um dia livre no parque, de desfrutar de um momento off, para gravar um story, para compartilhar e registrar aquele momento, para fuçar nos filtros e encontrar um “perfeito”, pensar na legenda. Quando percebia, já se haviam passado quase meia hora só para fazer esse movimento. E sacrifício interno.
No YouTube, eu não preciso deixar a minha essência de lado e muito menos os meus valores em segundo plano. Essas duas coisas andam juntas. Nunca gostei das coisas invisíveis que o Instagram e/ou o TikTok incentivam e os efeitos que causam em quem fica lá dentro: pressa, urgência, impaciência, rapidez & dinamismo. Para eu ter os conteúdos criados entregue para as pessoas, eu precisava obrigatoriamente estar dentro desse quadrado, caso o contrário, eu estaria falando com as paredes. Ter que ir de encontro a essa pressa e urgência me fez sentir altos picos de ansiedade, preocupação & angústia, porque o que eu busco da minha vida é presença, essencialismo e um ritmo saudável.
E o YouTube não me pede essa urgência.
De tanto descer e descer o feed, as pessoas vão perdendo a paciência de ler legendas grandes, de aprender conteúdos realmente úteis para a vida, de se aprofundarem ao invés de ficarem na superfície. E eu não queria ser a pessoa que incentiva isso. Acho que seria muita hipocrisia minha incentivar um estilo de vida saudável, leve & saudável, e “obrigar” as pessoas a consumirem meu conteúdo por lá, em um espaço que incentiva justamente o contrário. Retornar para o blog foi fazer o movimento contrário, foi como dizer em silêncio: “vocês não precisam estar em um ambiente que adoece para consumirem o que eu crio, entrego e partilho.”
No YouTube, eu consigo criar no meu próprio ritmo. Não preciso estrangular e implorar para a minha criatividade & inspiração virem à tona a qualquer momento, simplesmente porque preciso postar qualquer coisa, dar aquele check no calendário de conteúdo e preencher um vazio que fica no “feed”. No YouTube, cada ideia tem o seu próprio processo de maturação. Não preciso correr contra o tempo e me atropelar, porque simplesmente flui. Consigo dividir cada coisinha pequena em pequenas ações, e por mais que sejam mais trabalhosas, é possível fazer, ainda assim, respeitando meu ritmo produtivo.
No meu primeiro vídeo no YouTube, eu compartilhei um pouco da minha experiência usando o Instagram por quase 3 anos e como o Marketing Digital me adoeceu. Caso tenha interesse de assistir CLIQUE AQUI. Também fiz uma postagem aqui no blog compartilhando de forma escrita as coisas que me aconteceram e como eu adoeci no processo, se quiser fazer a leitura CLIQUE AQUI.
Tenho me sentido mais motivada a estar presente e prestando atenção nas simples coisas que existem ao meu redor e que compõem a minha rotina, porque são elas que me dão ideias de próximos conteúdos, de novas ideias, de vídeos que quero criar, de assuntos para abordar e pesquisar em um futuro breve, mas sempre respeitando a minha privacidade e individualidade, que depois de um tempo, se tornou um dos pilares essenciais da minha vida, depois de tanto abrir mão deles por causa das redes sociais.
No YouTube, eu tenho possibilidades e caminhos. No Instagram, isso não existia. Era tudo muito fechado, abafado & sufocante. A sensação era de não ter ar para respirar.
Por mais que seja trabalhoso, eu amo o processo de criar os vídeos, de regravar um milhão de vezes se for necessário, de ajudar as pessoas com os meus conteúdos, de compartilhar minhas experiências, de dividir as visões de mundo que carrego, as percepções que vou me deparando no dia a dia. Eu sempre digo que ter um objetivo não é sobre saber o resultado e a linha de chegada, mas sim sobre saber se você quer realmente o processo, e se você está realmente disposto a vivê-lo. E no Instagram, eu não estava disposta a viver o processo, porque eu queria apenas o resultado.
Algumas pessoas querem o processo do Instagram, querem passar por todas as coisas ruins que ele desperta em nós, como a comparação, a cobrança, a pressa, a demora, a falta de entrega, os altos custos de tráfego, abrir mão da privacidade, revelar o seu íntimo para pessoas que são apenas ghost views, o estresse e a ansiedade acumulada, mas eu não fui uma delas. Esse processo não faz sentido para mim e não está alinhado aos meus valores, e se eu tivesse continuado, com certeza teria adoecido ainda mais.
Se você está sentido que o processo está sendo um sacrifício, está sendo doloroso, e a balança tem pendido mais para as coisas ruins, negativas, nocivas, tóxicas, e faz muito tempo que você não consegue se alegrar com os passos dados, e nunca está se sentindo realmente satisfeita e realizada simplesmente por estar tentando, talvez seja hora de rever os seus objetivos, ou a maneira como você tem abraçado o processo ou o lugar que tem ocupado, porque alguma coisa precisa de ajuste, mudança ou transformação.
Também sinto que a “vibe” das pessoas do YouTube é muito diferente. Nunca imaginei que fosse possível encontrar e me deparar com tantas pessoas que possuem valores, crenças & ideais bem parecidos e semelhantes com os meus, e que buscam uma vida com mais produtividade saudável, leveza, paz no coração & bem-estar, e que não querem mais a aceleração do mundo e estão escolhendo por um caminho mais ameno e menos nocivo.
Claro que começar e dar o primeiro passo, e com certeza mudar TODOS os meus planos que até então estavam bem alinhados e definidos, me exigiu muita coragem. Me exigiu que eu me reinventasse mais de uma vez desde que comecei. Perder o medo de olhar para a câmera “olho no olho”, acreditar que eu também posso e tenho igualmente a capacidade de ensinar, de partilhar e de dividir, e ver tudo isso como uma linda possibilidade e uma semente sendo plantada, foi apenas uma das mudanças que vivencie.
Acho que o YouTube renovou a minha esperança por completo. Hoje entendo porque tudo aquilo que fiz, tentei, me esforcei, me obriguei, me sacrifiquei, me anulei, me renunciei, deu errado. BASICAMENTE TUDO DEU ERRADO ANTES. E hoje dou graças a Deus que tudo tenha dado errado e nada tenha saído como eu planejei, porque assim aprendi a importância de estar em um lugar que me cabe, que respeita quem sou, em sintonia com pessoas na mesma vibe, criando no meu ritmo e dando o meu melhor sem sacrificar os meus valores, a minha essência e minha personalidade.
Até o próximo post ☕
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