Luana Galdino

registrando minha jornada

Luana Galdino
Oi, eu sou a Luana, e aqui você encontra o meu diário virtual sobre cotidiano, reflexões, aprendizados e experiências que a vida me deu. Escrevo para dividir um pouco das coisas que amo, me inspiram e que me fazem feliz. Esse blog é um lugar de respiro para quando preciso de uma pausa ♡

A vida é feita de "planos b"

Talvez isso seja o oposto do que você ouve por aí em palestras motivacionais e pelos gurus da produtividade, e sei disso porque passei a vida inteira colocando toda a minha fé no plano A, e ficando tão obcecada em fazer ele dar certo, que não era capaz de enxergar tantas outras oportunidades que estavam me esperando a uma curta distância de mim, e muito menos de entender que algumas insistências não valem o esforço que exigem.

Grande parte do que eu já vivi até aqui se resume a desgaste e exaustão, não vou mentir. Olhando hoje para jornada que trilhei, grande parte dela foi na base da necessidade de controlar todas as variáveis no meu próprio tempo sem considerar que não existe nada que esteja de fato sob o nosso controle, a não ser nossa reação frente ao que nos acontece. 

A vida é imprevisível, e não tem como ser flexível quando colocamos todas as nossas fichas em um único caminho, sem entender que existem outros ou que pelo menos, podemos abrir espaço para que eles existam. Tentar não é garantia de sucesso, e isso não quer dizer que tem algo de errado conosco, ou que não fizemos o bastante ou que somos um amontado de fracassos. É apenas a vida.

Eu sou uma grande fã e defensora da importância do planejamento e da organização, e acredito que são recursos indispensáveis se você deseja viver os seus dias com mais direcionamento, intencionalidade e foco, porque precisamos construir sentido para a nossa jornada e um propósito que nos guie em meio a infinidade de escolhas e decisões diárias, mas planejar é apenas criar um norte, E NÃO CRIAR UMA CERTEZA IMUTÁVEL.

Criar um planejamento para o futuro serve apenas para te mostrar onde direcionar os seus recursos de tempo, energia & força de vontade, porque sabemos muito bem que são recursos finitos que não estão disponíveis o tempo todo, por isso, precisamos usá-los com mais consciência e intenção, mas isso não significa que você precisa matar sua saúde mental & bem-estar para fazer um plano acontecer.

Eu apenas estou vivendo tudo o que estou vivendo agora, porque muitos, quem sabe a maioria, dos planos que criei para a minha vida lá no passado falharam em algum momento e eu precisei ter um jogo de cintura para redirecionar a rota e fazer as pazes com a minha frustração para conseguir seguir em frente. Isso foi com a escrita, com o jornalismo, com o empreendedorismo, com as redes sociais, relacionamentos & objetivos.

Mas se eu tivesse escolhido ficar presa aos planos que criei com 18 anos, 20 anos, 23 anos, 25 anos, talvez eu ainda estivesse dando de cara com a parede e revivendo a mesma frustração de não os ter realizado até hoje. Tudo bem tentar novamente. Tudo bem persistir mais um pouco. Tudo bem usar a nossa perseverança para tentar outra vez. Tudo bem tentar maneiras diferentes de fazer algo. Mas não está tudo bem quando o tentar novamente é sinal de exaustão, de ansiedade, de esgotamento, talvez o plano já nem esteja fazendo tanto sentido assim e você só esteja nele por teimosa.

Talvez para provar a si mesma que você é realmente capaz, porque você vê a desistência como forma de fracasso e uma prova real da sua incapacidade, mas desistir - muitas vezes - é bom; partir para o seu plano B talvez seja mais saudável do que insistir em algo que já não está te inspirando, te motivando, te movendo ou abrindo espaço para você se tornar a sua melhor versão no processo, porque planos é sobre a pessoa que você se torna durante a realização deles, e não apenas sobre chegar no resultado.

Desistir de algo não quer dizer que você é incapaz ou insuficiente, é apenas escolher priorizar a sua saúde mental & bem-estar. Desistir quer dizer apenas que aquilo pelo qual você tem lutado tanto já não está mais fazendo tanto sentido assim. Escolher abrir mão de alguns planos é uma escolha sábia e madura. Nem sempre desistir é fracassar.

Todo mundo vai te falar para você ter apenas um plano, o plano A, mas eu te digo o contrário: esteja disposta a criar um plano novo nos momentos em que for necessário, quando insistir for pesado e desgastante demais. Se eu tivesse feito isso mais vezes no começo da minha vida adulta, eu teria construído meu próprio caminho com mais fluidez e me encontrado com muito mais facilidade nessa jornada.

Eu desisti do jornalismo e da escrita, claro que não totalmente, porque a escrita ainda faz parte da minha rotina e de quem eu realmente sou em essência, mas eu escolhi abrir mão de cursar jornalismo, que sempre foi uma grande paixão minha, justamente por não me identificar com o mercado midiático do país, por detestar a maneira como a mídia é construída dentro da nossa cultura, por ter nojo de jornais sensacionalistas que lucram a partir da desgraça de outras pessoas. Se eu tivesse insistido nesse plano A, eu teria me tornado a pessoa mais frustrada desse mundo & com certeza eu nunca me encontraria dentro da profissão, apesar de amar toda a premissa e essência do jornalismo & da comunicação.

Foi no plano B que eu me encontrei: cursar psicologia. Foi no plano B que encontrei o meu propósito: escrever de maneira livre aqui no blog e poder inspirar diversas outras pessoas através dos meus escritos, textos & ideias. Mas esse plano B só foi possível, porque lá traz, eu desisti do plano de escrever o meu livro e publicá-lo através de uma editora, por não me sentir livre com o mercado literário aqui no Brasil. Talvez você não vá se encontrar no seu Plano B, e encontre propósito, realização e preenchimento no seu plano D, e está tudo bem, pois a vida exige essa flexibilidade, exige mudar a rota e ir em um caminho totalmente oposto do que você tinha em mente.

Quando eu coloquei na cabeça que queria empreender há alguns anos, totalmente influenciada pelo marketing e falsas promessas dos gurus, eu achei que eu nunca mais retornaria ao mercado de trabalho, e por muitos anos, eu insisti tanto nisso, eu quis tanto priorizar esse plano e fazer ele dar certo de qualquer jeito e a qualquer custo, que nem percebi que aquilo não era de fato para mim, que aquilo era uma ideia implantada na minha cabeça por outras pessoas e que esse plano não me inspirava, que estava perdendo inúmeras oportunidades incríveis pelo caminho da insistência; era apenas uma coisa que parecia mais uma “obrigação”, e usava mais o “eu preciso/eu tenho que”, do que o “eu realmente quero isso”.

Esse plano nem estar alinhado a minha essência, valores & personalidade estava.

Se eu tivesse criado um Plano B no primeiro sinal, eu teria me poupado de muito estresse, frustração, cursos desnecessários & investimentos que não voltam mais. O que ninguém te fala é que talvez o seu Plano A não aconteça e nem se realize, e isso não tem a ver com capacidade, com destino, com carma, com Deus, com punição, mas sim com o fato da vida ser dinâmica, flexível e inconstante. Aquela pessoa que está no topo, que você admira, que você vê como alguém inspirador e que se dedicou muito para estar ali, só chegou ali, porque precisou desistir e abrir mão de muitos planos que vieram antes.

Eu acredito muito em evolução, e Darwin estava certo quando disse que não é o mais forte que sobrevive ou o mais capaz, mas sim aquele que se ADAPTA, aquele que é flexível o bastante para se adaptar, e a maioria de nós é tão inflexível que passa a vida inteira tentando abrir uma porta fechada, sem ver que existe uma infinidade de outras a serem abertas ao nosso redor. O Plano A vai falhar, e você vai ter que desenvolver muita paciência, resiliência & flexibilidade para não se prender a teimosia de realizar algo que já nem faz tanto sentido assim, mas que você transformou em um apego ou obsessão.

Solte e você verá que a vida não é tão pesada como parece. 

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