O movimento da Psicologia Positiva começou em 1999 quando o psicólogo Martin Seligman se tornou presidente da Associação Americana de Psicologia, e propôs que a psicologia adotasse um olhar para além das psicopatologias e transtornos. 

Até a Segunda Guerra Mundial, a psicologia tinha três principais objetivos: curar as doenças mentais, melhorar a vida das pessoas e identificar/estudar os talentos humanos; porém durante muitos anos, talvez desde o reconhecimento dessa área enquanto ciência, o seu grande foco esteve no objetivo de explorar profundamente as doenças e os transtornos, esquecendo da importância de estudar outros aspectos da vida humana.

A psicologia positiva começou como um movimento científico que buscava restaurar o equilíbrio dentro da área, e incentivar os psicólogos a não olharem apenas para o lado negativo da experiência humana, mas também para o seu oposto. Para você ter ideia, entre os anos de 1967 e 2000, foram publicados 21x mais artigos com depressão, ansiedade e raiva do que felicidade, satisfação com a vida e temas relacionados ao bem-estar; e isso cria um grande desequilíbrio, já que sabemos que diminuir o sofrimento não é o mesmo que promover felicidade.

A psicologia havia se esquecido da importância de estudar, explorar o investigar o nosso bem-estar, indo muito além da ausência de sintomas ou patologias. Por muito tempo, ela se aprofundou nos transtornos, deficiências, diagnósticos & no sofrimento humano, e isso não é necessariamente ruim, pois foi essencial para a criação de muitos protocolos de tratamento, porém a psicologia se esqueceu de responder algumas perguntas igualmente importantes: “Como uma vida feliz pode ser alcançada? Como construir uma vida que vale a pena ser vivida? Como promover mais bem-estar?

Se eu tivesse que definir a psicologia positiva em uma frase, seria essa: “a ciência e a prática de aumentar o bem-estar”. Essa área investiga de forma científica como podemos construir vidas mais felizes e plenas de maneira prática. Como eu falei, diminuir os sintomas de algum transtorno psicológico não é a mesma coisa que promover mais felicidade e satisfação. Antes de fato entrar na graduação de psicologia, a intenção que me fez tomar essa decisão era contribuir para o desenvolvimento das pessoas, expandir seus aspectos positivos e abrir espaço para uma vida mais feliz, plena e satisfatória, mas no exato momento em que entrei na faculdade, eu percebi que o foco da psicologia era quase que exclusivamente na doença, e foi assim por quase 50 anos de sua história, e descobrir isso foi muito frustrante e desanimador, até eu encontrar a Psicologia Positiva.

A psicologia positiva tem como objetivo expandir e potencializar nossos traços positivos, como promover maior resiliência, otimismo, habilidades interpessoais, talentos, habilidades, forças de caráter, perdão, coragem, etc. Como também trazer mais esperança para o futuro, presença e flow para o momento presente e aceitação para o passado. E em nível social, seu objetivo é nos impulsionar para a construção de mais cidadania, responsabilidade, cuidado, altruísmo, moderação, tolerância e ética, etc. 

A sua missão é mudar o foco da psicologia para apenas o que está adoecido, quebrado, defeituoso no ser humano, nos tirando dessa tentativa de reparar as piores coisas da vida, para também construir qualidades positivas e olhar para o que nos permite viver de maneira mais intencional e satisfatória. Não existe apenas o negativo na nossa vida, existe também o positivo e muitos aspectos dele que merecem ser explorados e investigados de maneira científica também. Hoje a psicologia positiva conta com uma infinidade de intervenções consolidadas, e sim, TODA a psicologia positiva é baseada em evidências, ou seja, não é achismo, invenção ou polianismo.

Desde as mais antigas culturas, sempre existiu um interesse para entendermos mais a fundo o significado verdadeiro de felicidade. Se você olhar as perspectivas egípcias, indígenas, mesopotâmicas, chinesas, vedânticas, budistas, helenísticas ou até mesmo cristãs, você vai encontrar a palavra “felicidade” lá, e alguns autores, como Sócrates, Aristóteles, Epicuro, etc., se debruçaram por muitos anos a entender o conceito de felicidade, e porque a psicologia não desprendeu a mesma quantidade de tempo, energia e foco para explorar esse termo pelo viés científico? 

Já fiz um post explicando como a psicologia positiva define o que é felicidade, e talvez você se surpreenda ao descobrir que não tem a ver com o que a maioria de nós acredita no senso comum, e você pode lê-lo clicando aqui.

Emoções Positivas: a psicologia positiva tem o objetivo cultivar mais emoções positivas, como contentamento e satisfação em relação ao seu passado e a sua história, lidar com as suas experiências de vida com mais aceitação e compaixão, abrir mais espaço para a gratidão, inspiração, apreciação para o momento presente, te ajudando a sair do piloto automático, e também proporcionar mais otimismo, esperança e confiança na maioria como você vê o seu futuro, diminuindo preocupações e ansiedades desnecessárias. 

A nossa felicidade e bem-estar não vem apenas de coisas externas, mas existe uma grande parte dela que é decorrente de nossas escolhas, atitudes e ações no dia a dia; por isso está dentro do nosso alcance promover situações que despertem inspiração, alegria, esperança, divertimento, serenidade, etc., ao invés de simplesmente esperar que essas emoções positivas apareçam como num passe de mágica, mas entendendo que também temos o poder de cultivá-las ao longo de nossa jornada.

Forças pessoais: outro ponto importante é que a Psicologia Positiva é um guia na sua jornada de autoconhecimento e crescimento pessoal, porque te ajuda a entender quais são as suas forças de caráter mais importantes, que são traços intrínsecos e característicos presentes na sua vida e como usar os seus recursos internos, como talentos, vocações, paixão & interesses, no seu trabalho, nos relacionamentos, nos seus projetos, para o seu funcionamento pleno no dia a dia.

Caso você tenha interesse em conhecer mais sobre a Psicoterapia Positiva, um acompanhamento psicológico baseado na Psicologia Positiva, aqui nessa página você encontra mais informações sobre os atendimentos, como é a estrutura do processo terapêutico com foco no bem-estar e todos os aspectos que ela pode te ajudar. Basta clicar aqui e conhecer o meu trabalho como psicoterapeuta positiva, e saiba que será uma grande honra para mim fazer parte do seu processo.